sábado, 27 de fevereiro de 2016

Crônica A ESPERA

A Espera
Um dia desses, li uma notícia na internet sobre imigrantes haitianos no Brasil, a notícia dizia que “existem haitianos que estão sendo tratados como escravos no Brasil”. Confesso que não dei muita atenção à notícia e, simplesmente, rolei a página pensando que não me interessava uma notícia tão absurda, tão distante. Hoje, porém, retomo o assunto com indignação por meu próprio egoísmo, envergonhada por minha mesquinhez.
Ao sair à rua para algumas obrigações no centro da cidade, uma cena me chamou a atenção quando parei no sinal vermelho, dois rapazes de pele escura, mas tão escura que brilhava num tom azulado e, com isso, destacava o branco dos dentes e o largo sorriso, sentados na calçada conversavam animados como alguém que espera uma boa notícia. Pensei no que esperavam! Família? Amigos? Não! Pois, provavelmente, eram estrangeiros, pois, estavam alheios a tudo que se passava ao seu redor. De repente, um dos rapazes se levantou e, em seguida, o outro, com a intenção de alongar a coluna, pois, aparentemente, estavam sentados ali por horas, foi quando percebi uma mochila para cada um, então, cheguei a conclusão que esperavam algum empregador que, com certeza, viria buscá-los a qualquer momento.
Quando o sinal abriu fui aos meus afazeres e não pensei mais naquela cena. Horas se passaram, cumpri minhas obrigações; fiz uma parada para um café na lanchonete; passei numa loja para ver a atendente que, por certo, é minha parenta; demorei olhando algumas vitrines e só corri para o carro quando percebi uma chuva chegando que, acabou apenas em uma ventania. No caminho de volta, logo que virei a esquina percebi a mesma cena anterior, no entanto, minha parada foi frente aos dois, e continuavam a mesma conversa animada e alegre, mas, eu não compreendi nenhuma frase que diziam, com isso tive a certeza que eram estrangeiros.
Imaginei-me por um instante numa terra estranha, sem amigos à espera de uma promessa, por sabe Deus, quantas horas! Uma angústia apertou-me o peito, olhei para os jovens e me senti inútil, pois, não era capaz nem de compreender suas palavras, imagina ajudá-los! Nisso, nosso olhar se encontrou e pude perceber seu olhar triste e perdido, porém, cheio de esperança, só então, compreendi que o que esperavam não era família, não era amigos, não era o empregador, mas sim, uma pátria que os aceitassem como filhos.


Por Luciana Leopoldino

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

LIVRO



Esta é a capa completa, do meu segundo livro, que será lançado em breve pela Chiado Editora.
É mais um sonho, um presente que Deus me deu para zelar.

Com este livro desejo trazer uma discussão sobre as diferenças que nos cercam e a necessidade de aceitar o outro como ser único e insubstituível.
Já está disponível no site da Chiado Editora.



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