INDIFERENÇA
No início eu era assim, como
uma flor em um jardim proibido. Ele olhava, ele cobiçava, ele desejava. Sentia
prazer só em aproximar-se. Eu era seu amor.
Depois, me tornei algo dele,
assim como um vaso que enfeita a casa, que traz alegria, que lhe enchia de
orgulho em apresentar aos amigos; Ele fazia questão em convidá-los para que
conhecessem a beleza do seu lar. Eu lhe causava admiração.
Com o passar do tempo a
beleza foi-se embora; E me tornei como parte da casa como uma mobília que
produz conforto e segurança; Ele ainda sentia orgulho em me apresentar para os
amigos, não mais a minha presença, mas, somente minha utilidade, o bem que
representava em sua vida. Eu tinha o seu respeito.
Agora, estou tão fixada em
sua vida, que já não consigo me ver no singular. Sinto que faço parte da casa,
sou assim como a porta por aonde se chega a um almoço quentinho e saboroso, por
onde se inicia um passeio no domingo, por onde se consegue uma roupa limpinha e
cheirosa. Eu sou necessidade diária.
Então, não entendi! O que é você?
Muito prazer eu sou MULHER!
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