domingo, 15 de maio de 2016

INDIFERENÇA - Eu Sou Mulher

INDIFERENÇA
No início eu era assim, como uma flor em um jardim proibido. Ele olhava, ele cobiçava, ele desejava. Sentia prazer só em aproximar-se. Eu era seu amor.
Depois, me tornei algo dele, assim como um vaso que enfeita a casa, que traz alegria, que lhe enchia de orgulho em apresentar aos amigos; Ele fazia questão em convidá-los para que conhecessem a beleza do seu lar. Eu lhe causava admiração.
Com o passar do tempo a beleza foi-se embora; E me tornei como parte da casa como uma mobília que produz conforto e segurança; Ele ainda sentia orgulho em me apresentar para os amigos, não mais a minha presença, mas, somente minha utilidade, o bem que representava em sua vida. Eu tinha o seu respeito.
Agora, estou tão fixada em sua vida, que já não consigo me ver no singular. Sinto que faço parte da casa, sou assim como a porta por aonde se chega a um almoço quentinho e saboroso, por onde se inicia um passeio no domingo, por onde se consegue uma roupa limpinha e cheirosa. Eu sou necessidade diária.
Então, não entendi! O que é você?
Muito prazer eu sou MULHER!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Crônica A MENINA DO SEMÁFORO

A Menina Do Semáforo
Durante certo tempo, todas as vezes que passava naquela rua, sempre parava no mesmo semáforo, eu não podia deixar de perceber uma menina, na verdade, uma indiazinha que ficava por ali, acompanhada de sua mãe e seus irmãos. Quando o sol estava favorável ficavam brincando no canteiro entre a avenida e quando o sol mirava o meio-dia se protegiam na calçada embaixo de uma árvore, cada vez que acendia a luz vermelha do sinal, jogava os pedaços das bonecas e corria para os carros, pedindo uns trocadinhos.
A mãe acompanhava de longe como quem ensina um ofício valoroso, afinal, estão ali para ganhar o pão de cada dia, pois em uma tribo indígena esta é a função da mulher e das crianças. Logo, pela manhã lá está ela, com os pés no chão, na maioria das vezes, de saia sem blusa, cabelos soltos, pois a cidade dá esta possibilidade, viver quase como se vivesse numa floresta. Assim pronta para o trabalho, sem esquecer o sorriso de agradecimento, quando seu pedido é atendido. Sempre que passava por ali, a cena era sempre a mesma.
Um dia, porém, percebi o sinal vazio, não tinha ninguém, a indiazinha havia sumido. Fui embora pensando naquele sorriso e o que poderia ter acontecido à aquela inocente criatura. No caminho imaginei as piores coisas, que algum ser sem alma poderia ter judiado, se aproveitado e matado a pobre menina, no entanto, pensei também, quem sabe alguma alma boa destas organizações que existem por aí, tenha resgatado a indiazinha e sua família e levado de volta para alguma floresta para uma vida mais digna.
Depois de alguns dias, passando pelo portão de uma escola pública notei uma menina se agarrando à roupa de sua mãe e chorava inconsoladamente, parei para ver o que estava acontecendo, grande foi minha surpresa quando vi que era a indiazinha, algumas pessoas tentavam convencê-la a entrar na escola, já estava de cabelo preso e uniforme, calça, camiseta e tênis, provavelmente, tudo doado pela boa alma da instituição. Porém, era inútil, ela esperneava e chorava, mesmo assim, acabou entrando quando alguém teve a brilhante ideia de que a mãe entrasse com ela. Tudo resolvido, entrei no carro e fui embora.
No caminho pensei, ainda bem que de tudo que pensei, o que aconteceu foi a melhor das opções, ela encontrou uma alma boa que a conduziu para à dignidade! Será? 
Um tempo depois, passando pela escola vi a menina saindo, simplesmente a menina do semáforo, porque a indiazinha, esta não existe mais.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Crônica A ESPERA

A Espera
Um dia desses, li uma notícia na internet sobre imigrantes haitianos no Brasil, a notícia dizia que “existem haitianos que estão sendo tratados como escravos no Brasil”. Confesso que não dei muita atenção à notícia e, simplesmente, rolei a página pensando que não me interessava uma notícia tão absurda, tão distante. Hoje, porém, retomo o assunto com indignação por meu próprio egoísmo, envergonhada por minha mesquinhez.
Ao sair à rua para algumas obrigações no centro da cidade, uma cena me chamou a atenção quando parei no sinal vermelho, dois rapazes de pele escura, mas tão escura que brilhava num tom azulado e, com isso, destacava o branco dos dentes e o largo sorriso, sentados na calçada conversavam animados como alguém que espera uma boa notícia. Pensei no que esperavam! Família? Amigos? Não! Pois, provavelmente, eram estrangeiros, pois, estavam alheios a tudo que se passava ao seu redor. De repente, um dos rapazes se levantou e, em seguida, o outro, com a intenção de alongar a coluna, pois, aparentemente, estavam sentados ali por horas, foi quando percebi uma mochila para cada um, então, cheguei a conclusão que esperavam algum empregador que, com certeza, viria buscá-los a qualquer momento.
Quando o sinal abriu fui aos meus afazeres e não pensei mais naquela cena. Horas se passaram, cumpri minhas obrigações; fiz uma parada para um café na lanchonete; passei numa loja para ver a atendente que, por certo, é minha parenta; demorei olhando algumas vitrines e só corri para o carro quando percebi uma chuva chegando que, acabou apenas em uma ventania. No caminho de volta, logo que virei a esquina percebi a mesma cena anterior, no entanto, minha parada foi frente aos dois, e continuavam a mesma conversa animada e alegre, mas, eu não compreendi nenhuma frase que diziam, com isso tive a certeza que eram estrangeiros.
Imaginei-me por um instante numa terra estranha, sem amigos à espera de uma promessa, por sabe Deus, quantas horas! Uma angústia apertou-me o peito, olhei para os jovens e me senti inútil, pois, não era capaz nem de compreender suas palavras, imagina ajudá-los! Nisso, nosso olhar se encontrou e pude perceber seu olhar triste e perdido, porém, cheio de esperança, só então, compreendi que o que esperavam não era família, não era amigos, não era o empregador, mas sim, uma pátria que os aceitassem como filhos.


Por Luciana Leopoldino

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

LIVRO



Esta é a capa completa, do meu segundo livro, que será lançado em breve pela Chiado Editora.
É mais um sonho, um presente que Deus me deu para zelar.

Com este livro desejo trazer uma discussão sobre as diferenças que nos cercam e a necessidade de aceitar o outro como ser único e insubstituível.
Já está disponível no site da Chiado Editora.



segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MEU LIVRO - Literatura de Cordel

Pessoal este é meu livro uma literatura de cordel com ilustração em aquarela, conta uma história verdadeira de um homem que teve todas as oportunidades para se perder na vida, no entanto, torno-se uma pessoa digna de respeito e admiração. 

Está disponível para compra no MercadoLivre:

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-720646532-livro-a-historia-de-joaquim-literatura-de-cordel-_JM 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Este Lápis é Meu


Este Lápis é Meu!

Com a internet temos uma exagerada exposição de intimidades, sobretudo, nas redes sociais. Engraçado, que quanto mais conectado o povo está, quanto mais fácil a comunicação, maior o número de pessoas deprimidas e solitárias, isso parece uma contraversão, mas infelizmente, é a pura verdade.
Longe de mim, fazer crítica as grandes editoras que investem pesado em nome do lucro, pois é sua sobrevivência, porém, as pessoas de mente pequena que poderiam estar fazendo uma arte verdadeira, embelezando sua casa e dando exemplo as crianças, no entanto, vivem disputando lápis de cor com os filhos, simplesmente para pintar livros e se livrar do estresse diário, um trabalho que custa horas que poderiam estar brincando, conversando, ou dando atenção aos filhos, um trabalho que logo depois de terminado acaba indo pro lixo, como grande parte da futilidade humana.
As pessoas buscam a futilidade, compram a idéia de felicidade e depois reclamam da falsidade do mundo, simplesmente, não percebem que as melhores coisas da vida e mais duradouras são as que se constroem, são aquelas que se investem o bem mais precioso que se tem o TEMPO.
Hoje em dia as pessoas estão tão deprimidas porque cultiva o egoísmo, todos querem falar, mas poucos investem tempo em ouvir.
Todos querem atenção, mas, poucos investem nas aproximações.
As pessoas vivem do imediatismo, querem colher frutos sempre, porém, cultivar, plantar e investir o tempo poucos se dispõe.
Enquanto o mundo rouba sua maior preciosidade, O TEMPO, você está aí reclamando sua infantilidade do tempo que já perdeu, ao invés de dizer aos filhos EU TI AMO, está dizendo: Este lápis é meu!

Por Luciana Leopoldino


quinta-feira, 23 de abril de 2015

A FALÊNCIA TOTAL DA NAÇÃO



Ultimamente temos vivenciado fatos que nos mostram a realidade de um país em crise. São juros altos, reajustes e mais reajustes, escândalos no governo, sem esquecer as manifestações e o descontentamento geral. Com isso, um pensamento de que o país caminha para a falência tem sido pauta das principais discussões entre os brasileiros.
Contudo, não estamos caminhando para a falência total da nação, pois, se a imprensa mostra é porque tem liberdade para denunciar; Sendo assim, o povo tem liberdade para conhecer o governo e julgar, quais, lutam pelos interesses do povo e quais, estão contra os mesmos.
As manifestações são a luta do povo contra os desmandos do governo, a reinvindicação de seus direitos, podemos dizer que, é o povo exercendo democracia.
Infelizmente, a justiça é lenta e flexível quanto aos direitos do povo e os deveres dos que estão na administração do país, não deixando outra opção a não ser as manifestações e paralizações.
No entanto, o povo precisa se educar quanto a política para não se tornar marionete nas mãos de partidos políticos que querem o poder e não o bem do povo.

Portanto, com o povo consciente lutando pelos seus direitos e pela justiça social a tendência é de melhora e não de falência. Pois o povo unido ainda é a maior força de um país democrático. 

Por LUCIANA LEOPOLDINO

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