Sobre
o livro
Entre tudo que já li e todas
as entrevistas que fiz, durante o processo de produção deste livro, existe um
consenso que ninguém consegue dizer com exatidão em qual momento de sua vida
surgiu a depressão, porém ela sempre se manifesta a partir de alguma crise
emocional, às vezes a perca de alguém, seja por morte, por separação, ou mesmo,
expectativas frustradas sobre alguém, sobre um trabalho ou, sobre um sonho que
cultivamos. Dessa forma, a depressão sempre aparece após uma grande decepção.
Todos nós temos momentos de
solidão, de tristeza, de pessimismo, etc. Tudo isso é normal, faz parte da
vida; talvez, por isso fica tão difícil identificar a depressão, pois o grande desafio é definirmos
quando cruzamos a linha do normal para o enfermo.
No entanto, este relato de
sentimentos pode ajudá-lo a compreender em qual estágio você se encontra neste
exato momento. Desde os primeiros momentos de solidão; Momentos de abandono; De
tristeza intensa e até de desistência da vida. A partir da leitura você se
identificará com os sentimentos da autora e caminhará com ela para o tratamento
e a cura. Desde os primeiros raios de luz, até a alegria de viver novos sonhos,
novas conquistas, novas expectativas.
[...] Senhor, meu Deus, meu amigo!
Há dias como hoje que me
levanto e me sinto tão só, tão insignificante, me bate uma dor no peito e uma
solidão tão grande me invade que minha vontade é de sumir no ar. Esta é a
sensação que tenho já logo pela manhã. Sinto que estou invisível aos olhos do
mundo. Sinto que o dia chegou e não me trouxe nada de novo, nada de diferente,
nenhuma mudança maravilhosa, nenhum acontecimento extraordinário para se viver
hoje.
Sinto que até o Senhor
está distante de mim. Te procuro no silêncio e encontro um vazio. Te procuro
nas pessoas e só encontro amargura e tristeza. Então, onde está, Senhor? Onde
devo Te procurar?
Eu sei que existe um
tempo para cada coisa, Senhor! Mas o tempo de esperar passa tão lentamente, que
parece interminável.
Eu sei que no tempo de construir
é tão difícil começar, retirar os entulhos que se amontoam no coração. Desapegar
da paisagem que se acostuma, abrir mão do que tem para começar de novo!
Realmente, não é fácil, mas às vezes se faz necessário!
E, mais difícil ainda, Senhor,
é demolir o que está mal construído ou corroído pelo tempo, às vezes preferimos
escoras, só por medo do vazio!
Boa leitura!!