terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Resenha Poesias e Crónicas



Livro: "Poesias e Crónicas"
Autor: João Leles.

Um livro sempre produz uma viagem. Este não é diferente, apesar de ser escrito em poesias e algumas crônicas.
Num estilo próprio João produz poesias variadas com versos livres, algumas rimas, mas nada de muitas regras, o que torna a leitura dinâmica e surpreendente.
Suas poesias apresentam um "eu lírico" que inicia uma viagem interior desde a criação do mundo, com reflexões sobre a vida em diferentes criaturas.
Ao chegar no ser humano ele passeia parafraseando canções de ninar brincadeiras de roda, mas evolui com as lições da natureza como um adolescente que chega diante da escolha fundamental de sua vida, onde tornar-se-á "Sábio ou Tolo". Independente da escolha o "eu lírico" encontra-se com o amor e segue refletindo sobre a vida, pessoas e a família.
E de repente o leitor se encontra com uma pessoa madura que deixa a poesia e vai para a realidade, através das crônicas com suas experiências.

Um livro fantástico, que numa linguagem simples traduz a vida das mais diversas formas, modeladas sobre "Poesias e Crônicas.
Obrigado João por me proporcionar esta aventura.
Boa leitura!

Resenha O Lado Escuro Da Madrugada



Livro: O Lado Escuro Da Madrugada,
Autor: Roberto Giacundino.

Um romance policial que se ambienta na cidade de São Paulo. Uma cerimônia de premiação e um assassinato dão início a uma trama cheia de mistérios e contradições, onde a protagonista a repórter Sandra Garcia, uma mulher bem sucedida, porém atormentada pelos fantasmas do passado segue uma investigação com a ajuda de dois amigos e um hacker de computador, sendo que, a cada avanço um novo assassinato acontece, dando sequência a uma série de assassinatos e acontecimentos que apontam para todos os lados.
Seria alguém do passado de Sandra? Seria um acerto de contas por drogas? Ou Seria um grupo nazista agindo em São Paulo?
Uma história para você viver! Porque realmente me desesperei na subida da escada, me apavorei ao abrir o porta-malas, senti as mãos gelar dentro do banheiro e muitas outras sensações o livro me proporcionou.
O autor descreve os ambientes, cenas e personagens com riqueza de detalhes, sem exageros o que torna a leitura agradável e envolvente.
O tempo é psicológico, assim o leitor fica ligando pontos e acontecimentos que torna a leitura dinâmica atiçando a curiosidade e a imaginação do leitor.

Ao iniciar a leitura você pode esperar uma aventura onde nem tudo é o que parece e muitos fantasmas reais podem ser encontrados no Lado Escuro da Madrugada. Boa leitura! 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O CRISTO ESQUECIDO



O sacrifício terminou, o Cordeiro foi imolado, o povo saciado.
As cadeiras de encosto alto com almofadas vermelhas dispostas em frente ao altar e as imponente bandeiras ateadas, indicam que a cerimônia será importante.
As pessoas inquietas caminham de um lado para o outro em trajes de festa, buscam por amigos e familiares, afinal os fotógrafos estão apostos e os grandes arranjos de flores precisam ser aproveitados.
As vozes se alteram quando o apresentador se aproxima. Está chegando a grande hora, a consumação de muito trabalho. De repente, o apresentador pedi silêncio e anuncia, a cerimônia vai começar, as autoridades são convidadas a ocupar o palco. Entre aplausos, assovios e gritos histéricos o sr. Diretor sobe ao palco e ocupa a cadeira central. Logo em seguida, outros membros importantes sr., sra., ilustríssimo, ilustríssima gente honrada pelos méritos de seu trabalho ocupam as demais cadeiras presente sobre o palco.
Finalmente, inicia-se os discursos com salmos e frases do Mestre e, recebe aplausos, a plateia fica eufórica, as palavras foram escolhidas para impressionar, um discurso perfeito, digno da solenidade. Os votos de incentivo são de responsabilidade do sr. Diretor, orgulhoso com a aparente sensação de dever cumprido.
Durante as chamadas e orientações os desfiles nervosos, num constante sobe e desce do altar “palco”, já nem sei mais, as palavras que melhor se encaixam aqui, afinal as palmas, os flash me deixaram confusa. 
Enfim, a intenção de celebrar um momento tão importante, como a colação de grau, na casa do Mestre deve ter sido das melhores e seria até adequado se o Mestre fosse o anfitrião e lá no fundo do palco não tivesse O CRISTO ESQUECIDO por detrás do altar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Se Existe Papai Noel?

Se Existe Papai Noel?
Mas é claro que existe! O natal vai ser uma beleza, todos os seres inocentes receberão seus merecidos presentes. E digo ainda mais, na verdade todos os contos de fada existem!
Esta semana, sem mentira nenhuma, passou pelo meu portão uma fada! Pois é, tinha nas mãos um monte de desejos e até me ofereceu alguns, mas, eu que sempre pensei que meus sonhos dependem de mim e de minhas decisões, disse que não. Sabe! Eu aprendi a duvidar do óbvio demais! Com certeza, já me acostumei a responder pelas minhas decisões, é incrível como elas me levam para o caminho mais difícil.
Olhem só! Todos os problemas de saúde resolvidos e anunciados no ar! Agora me diga se isso não é coisa de Peter Pan? Quem mais poderia ter o elixir da juventude e saúde eterna?
Os sete anões já estão prontos para o trabalho mineiro, cavarão no escuro, a não ser que a Branca de Neve lhes concedam uma lanterna, daquelas de mineiro mesmo, que mostre apenas onde cavar, pois ao mineiro o importante não é a luz, mas o ouro. E quando ela fechar os olhos eles vão velar seu silêncio, nunca o seu despertar.
Além disso, eu vi aquela fada madrinha da Cinderela, ela passou embelezando tudo, os caminhos esburacados, os mendigos da rua rapidamente se transformaram em cidadãos dignos, as crianças trombadinhas de rua reunidas nas esquinas ganharam bolsas e foram à escola.
Por fim, os Ratos viraram heróis para transportar a maior mentira de todos os tempos e...
E A ARAPONGAS CAIU COMO UM PATINHO!


Por LUCIANA LEOPOLDINO

sábado, 6 de agosto de 2016

VERDADE, CONSEQUÊNCIA OU DESAFIO



Todos os dias quando vou para meu trabalho aproveito para fazer uma caminhada, dizem que é necessário para se manter a saúde; como o percurso é curto faço a pé. Neste pequeno trecho de caminhada contorno um grande hospital, uma referência nacional em tratamento do câncer e do coração.
Logo que entro na calçada do hospital percebo três coisas que me chamam a atenção todos os dias, uma delas são as placas, indicando inovações e tecnologias de pesquisas avançadas, o que me enche de esperança quanto ao futuro; A segunda é a quantidade de ambulâncias das mais longínquas cidades do Brasil, me impressiona o quão grande sacrifício as pessoas fazem em busca da saúde; A terceira coisa que percebo, às vezes, de mais longe é a fumaça e o cheiro do cigarro das pessoas que acompanham pacientes, ou mesmo, pacientes na espera da consulta.
Num dia desses, logo que virei a esquina me deparei com uma mãe e um pai que choravam desesperadamente, diminui os passos na intenção de tentar ouvir, mesmo imaginando a causa, o porquê, do desespero. O pai mesmo chorando tentava em vão consolar a mãe que soltava meias palavras banhadas em lágrimas e interrompidas pelo desespero. No entanto, consegui compreender uma frase “Não acredito que perdi minha filhinha para o maldito câncer!”. Meu coração doeu, parei um instante na calçada e me compadeci daquela mãe. Então, percebi que o pai acendera um cigarro para aliviar a dor, em seguida, passou para a mãe que tragando com alívio, exclamou: Se fosse eu, entenderia! Pois fumei desde menina, mas minha filha tinha apenas quinze anos e nunca colocou um cigarro na boca!
As palavras daquela mãe ficaram em minha mente durante todo o dia; O grito de desespero ainda pode ouvir se fechar os olhos, mesmo assim, continuei meu caminho, refletindo sobre o quanto o ser humano está disposto a renunciar pelo bem dos outros e dele mesmo, e a pergunta que ficou: Será VERDADE, CONSEQUÊNCIA OU DESAFIO?


Por LUCIANA LEOPOLDINO


domingo, 15 de maio de 2016

INDIFERENÇA - Eu Sou Mulher

INDIFERENÇA
No início eu era assim, como uma flor em um jardim proibido. Ele olhava, ele cobiçava, ele desejava. Sentia prazer só em aproximar-se. Eu era seu amor.
Depois, me tornei algo dele, assim como um vaso que enfeita a casa, que traz alegria, que lhe enchia de orgulho em apresentar aos amigos; Ele fazia questão em convidá-los para que conhecessem a beleza do seu lar. Eu lhe causava admiração.
Com o passar do tempo a beleza foi-se embora; E me tornei como parte da casa como uma mobília que produz conforto e segurança; Ele ainda sentia orgulho em me apresentar para os amigos, não mais a minha presença, mas, somente minha utilidade, o bem que representava em sua vida. Eu tinha o seu respeito.
Agora, estou tão fixada em sua vida, que já não consigo me ver no singular. Sinto que faço parte da casa, sou assim como a porta por aonde se chega a um almoço quentinho e saboroso, por onde se inicia um passeio no domingo, por onde se consegue uma roupa limpinha e cheirosa. Eu sou necessidade diária.
Então, não entendi! O que é você?
Muito prazer eu sou MULHER!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Crônica A MENINA DO SEMÁFORO

A Menina Do Semáforo
Durante certo tempo, todas as vezes que passava naquela rua, sempre parava no mesmo semáforo, eu não podia deixar de perceber uma menina, na verdade, uma indiazinha que ficava por ali, acompanhada de sua mãe e seus irmãos. Quando o sol estava favorável ficavam brincando no canteiro entre a avenida e quando o sol mirava o meio-dia se protegiam na calçada embaixo de uma árvore, cada vez que acendia a luz vermelha do sinal, jogava os pedaços das bonecas e corria para os carros, pedindo uns trocadinhos.
A mãe acompanhava de longe como quem ensina um ofício valoroso, afinal, estão ali para ganhar o pão de cada dia, pois em uma tribo indígena esta é a função da mulher e das crianças. Logo, pela manhã lá está ela, com os pés no chão, na maioria das vezes, de saia sem blusa, cabelos soltos, pois a cidade dá esta possibilidade, viver quase como se vivesse numa floresta. Assim pronta para o trabalho, sem esquecer o sorriso de agradecimento, quando seu pedido é atendido. Sempre que passava por ali, a cena era sempre a mesma.
Um dia, porém, percebi o sinal vazio, não tinha ninguém, a indiazinha havia sumido. Fui embora pensando naquele sorriso e o que poderia ter acontecido à aquela inocente criatura. No caminho imaginei as piores coisas, que algum ser sem alma poderia ter judiado, se aproveitado e matado a pobre menina, no entanto, pensei também, quem sabe alguma alma boa destas organizações que existem por aí, tenha resgatado a indiazinha e sua família e levado de volta para alguma floresta para uma vida mais digna.
Depois de alguns dias, passando pelo portão de uma escola pública notei uma menina se agarrando à roupa de sua mãe e chorava inconsoladamente, parei para ver o que estava acontecendo, grande foi minha surpresa quando vi que era a indiazinha, algumas pessoas tentavam convencê-la a entrar na escola, já estava de cabelo preso e uniforme, calça, camiseta e tênis, provavelmente, tudo doado pela boa alma da instituição. Porém, era inútil, ela esperneava e chorava, mesmo assim, acabou entrando quando alguém teve a brilhante ideia de que a mãe entrasse com ela. Tudo resolvido, entrei no carro e fui embora.
No caminho pensei, ainda bem que de tudo que pensei, o que aconteceu foi a melhor das opções, ela encontrou uma alma boa que a conduziu para à dignidade! Será? 
Um tempo depois, passando pela escola vi a menina saindo, simplesmente a menina do semáforo, porque a indiazinha, esta não existe mais.

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DESABAFO DE MÃE

TODO FILHO DEVERIA SABER... Sou mãe não sou responsável por tudo, vivemos em família e não sou dona de tudo, então seja responsável pelos...