Ao
sair à rua notei ao longe, vindo em minha direção uma exuberante mulher talvez
pelo seu lindo vestido de renda, na cor rosa choque, cobria-lhe os joelhos com
um decote discreto e a meia manga deixava espaço ao realce das lindas pulseiras
douradas; O cinto discreto em harmonia com a maravilhosa bolsa verde esmeralda
e detalhes dourados.
O
chinelo branco mais parecia uma obra de arte, combinando as lindas rosas de
pedras com as unhas muito bem esmaltadas, o anel apenas para amparar a aliança,
demonstrava elegância às mãos marcadas pelo tempo.
O
sorriso era um capítulo a parte, sincero, acolhedor, impossível não
retribuí-lo, me transmitia uma sintonia que parecia me conhecer a alma; Talvez
seja ele o responsável por eu não mais esquecer aquele rosto.
Os cabelos
brilhavam ao sol como uma pluma de algodão; Eram curtos, provavelmente, pela
praticidade em seu dia-a-dia.
Com
uma maquiagem feita por quem entende, para o dia, para realçar a beleza de uma
mulher, sem cobrir ou esconder os sinais da idade, pois não havia nenhuma
necessidade;
Caminhava
sozinha pela rua, com passos firmes. Tive a impressão que era a primeira vez
que saía sozinha à rua, parecia uma criança se divertindo, olhando tudo,
admirando as vitrines e as pessoas.
Ao
se aproximar me cumprimentou com um sorriso ainda mais aconchegante, um olhar
de gente feliz e passou por mim, foi adiante, no entanto ficou seu perfume,
parecia perfume de flor, sem nenhum exagero.
Fiquei ali por alguns
instantes, enquanto permaneceu o perfume; Ao vê-la indo embora, pensei “lá se
vai uma linda e maravilhosa mulher nos seus setenta anos de idade...”
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