O
casal parecia muito feliz, ambos com um sorriso largo, notável à distância,
tanto a cumplicidade, quanto a insegurança visível, denunciava a pouca
intimidade com a agência bancária, o olhar curioso de adolescentes descobrindo
novidades.
Mas,
eles tinham um bebê!
A
jovem menina de cabelos longos vestia calça de malha e camiseta, certamente,
hábito de colegial acostumada ao conforto dos uniformes; Nos pés uma
rasteirinha de pedraria; O rosto sem maquiagem alguma, provavelmente, por não
sentir necessidade, na verdade o que chamava a atenção era os cabelos
exageradamente longos, próprios de adolescentes com tempo disponível para si
mesma.
Mas,
ela tinha um bebê!
O rapaz;
ainda um menino, percebia-se pelos primeiros fios de barba em seu rosto, a
calça mostrando o elástico da cueca com a barra sobrando sobre o tênis colorido,
o boné com a aba para trás, celular de último lançamento, mostrava adolescência
a flor da pele.
Mas,
ele tinha um bebê!
A
menina com a criança no colo se preocupava mais com o companheiro que com a
criança em seu colo, na verdade a criança parecia mais um adorno, como uma bolsa
ou algo assim; não trazia bolsa, nas mãos apenas a toalhinha e o bebê. Já o
menino todo perdido frente ao coletor de metais da agência bancária depositando
ali a carteira e não o celular, também não trazia chaves, nem de carro, nem de
casa.
Mas,
eles tinham um bebê!
Olhando
para aquela cena fiquei pensando...
Dois
adolescentes descobrindo o mundo com um bebê de colo para amar, educar,
sustentar...
Com
um bebê de colo... Até quando? De colo!...
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